quarta-feira, 20 de abril de 2011

Discurso do Prof. Dr. Jozenir Calixta

Discurso do Prof. Dr. Jozenir Calixta de Medeiros, representando o Prof. João Ismar de Moura, Paraninfo Geral das Turmas Concluintes 2010.2 / CAJIM





DISCURSO DE PARANINFO GERAL E PROFERENTE DO GRAU
Excmª Srª Profª Ms Claudia Maria Felício Ferreira Tomé Vice-Diretora do Campus Avançado “Prof. João Ismar de Moura,
Excmª Srª Evilásia Gildênia de Oliveira, prefeita do município de Patu,
Demais membros da mesa,

Senhores Pró-reitores, Diretores, Chefes de Departamentos... presentes ou representados,
Senhoras e Senhores Professores do CAJIM,
Senhores Pais, familiares e demais convidados,
Prezados Professores e Funcionários Homenageados,
Iluminados afilhados (Contadores, pedagogos e matemáticos),

Demais espectadores... Boa noite.
Doravante, em virtude da nobreza do momento, dirijo-me especialmente aos formandos.
Recebi a difícil, porém honrosa missão de representar, nesta solenidade, duas pessoas Ilustres, da mais alta expressão político-administrativa da nossa Universidade. Agradeço-lhes pela honra de poder participar deste momento, representando o Magnífico Reitor da UERN, Prof. Milton Marques de Medeiros e o Ilustre Prof. João Ismar de Moura, Paraninfo Geral das Turmas concluintes, que por motivos de força maio, não puderam estar conosco nesta ocasião.
Agradeço ainda, pela companhia de meus colegas de profissão e funcionários, aqui também honrados pela homenagem que recebem. Estamos felizes.
Estamos felizes porque realizamos um sonho, qual seja: o sonho de sonharmos juntos, pois a graduação no curso superior, o diploma universitário que nos confere uma especialidade e nos habilita à disputa das oportunidades no mercado de trabalho da sociedade que servimos, no contexto econômico atual, é realmente um sonho para muitos, e por isto mesmo, motivo de celebração.
"Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, pelo convite que me foi feito, estou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, vos digo o seguinte:
Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo o coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro, não consegue ser um grande profissional.
Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham, porque são incapazes de sonhar, planejar e agir. Tudo que fica pronto na vida, foi construído antes, na alma, no sonho.
Neste sentido, lembro-me de uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano.
O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse:
-"Freira, a senhora tem muita coragem porque eu não faria isso por dinheiro nenhum nesse mundo. "E ela respondeu: "Eu também não, meu filho."
Não estou aqui fazendo apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar e realizar, tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.
Pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Muitos humanos neste país, ainda vivem como bichos... e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como homens. Muitos Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguaçu.
Não seja morno. Na Bíblia, apocalípse, capítulo 3, v. 15 a 16 carta de Laodicéia, diz: "Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”. É exatamente isso que está escrito: Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. Ou seja, é preferível o erro à omissão, o fracasso ao tédio, o escândalo ao vazio.
Já li grandes livros e vi filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso... Colabore com seu biógrafo. Para tanto...
Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido. Tenha consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si, uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações numa mão, e uma caixa de possibilidades na outra.
Portanto, contrariando a propaganda, não use Rider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse?, eu sabia!
Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele
faria, se fizesse alguma coisa.
Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falaram. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, não sabem recomeçar, não sabem trabalhar.
Então lhes digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem, o máximo que puder. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, e constrói prodígios. Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles passeiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana passada, conversar as mesmas coisas; mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, pois só o trabalho leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama “sucesso".
Esta noite é de celebração e de vitórias, que não se encerram nesta cerimônia de graduação. Vitória da sociedade que ganha novos contingentes de grandes profissionais, aptos a recuperarem os bons valores e expandirem os bons serviços.
Vitória dos pais, mestres e amigos. Vitória da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, que na pessoa do prof. Milton Marques de Medeiros, encontrou o caminho da unidade, do equilíbrio e da transparência democrática.
Vitória do CAJIM/UERN, que teve em 1980, na pessoa do Prof. João Ismar de Moura, seu primeiro Diretor, e que se afirma mais uma vez, a despeito de todas as formas de limitações que se lhe impõem, e seguirá em frente, rumo ao desenvolvimento quantiqualitativo, enquanto espaço de formação de futuras gerações de profissionais.
Senhoras, e Senhores:
Certa vez, Otto Lara Resende, entrevistando Nelson Rodrigues, perguntou que conselho ele daria aos jovens. E ele respondeu: "Envelheçam"... sem querer me contrapor ao grande dramaturgo, lhes digo: "sendo contador, matemático ou pedagogo, permaneçam jovens! Com audácia e brilho nos olhos, permaneçamos jovens. O presente já é nosso com todos os desafios. O futuro será brilhante com a vitória que todos nós haveremos de alcançar.
Sei que já fizeram muito. Não foi moleza chegar até aqui. Vencer todos os obstáculos, que por vezes pareciam intransponíveis. Mas, tenho que dizer: muito mais há que ser feito. Agora é hora de começar a construir sua própria obra. Através dos conhecimentos adquiridos, contribuir para a transformação da sociedade, e, com isto transformar sua própria realidade.
Para tanto, se for necessário podem voltar, que a casa é nossa, o CAJIM/UERN, continuarão à disposição para contribuir com o seu sonho...
FELICIDADE A TODOS E MUITO OBRIGADO.